"Ó homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo e os Deuses"
Já proclamava Socrates, o conhecimento do infinito advem o conhecimento interno. Busco uma resolução que surja de mim em função do mundo e não o oposto. Por essa razão, elaboro essa simplória descrição.
Não preciso dar meus dados. Eles são objetivos. Meu nome, minha idade, minha data de nascimento. Eu sei, você sabe, minha mãe sabe. O que eu sou, o que tem valor, o que realmente importa é quase imperceptível. É subjetivo. É impreciso. É profundo. O que importa é o inominável, o incerto, o que está jogado ao acaso. O que é verificável e correto você procure descobrir por conta própria. O que eu ofereço, ah, o que eu ofereço agora é a minha essência
Eu sou um animal pensante. Adoro observar, analisar o mundo, ver o comportamento dos outros, confabular hipóteses. Não nasci para viver a vida, mas para observá-la e acompanhar o caminho de sua seiva. Vou contra a maré. Sigo até a origem do iceberg. Adentro a superfície. Gosto do elogio, gosto da sensação do trabalho bem feito. Sou viciado na minha própria anti-sociabilidade, mas não dispenso estar com pessoas. Amo ficar escondido na passividade e ver tudo de longe, ouvir conversas, rir de piadas. Amo não socializar. Amo ser eu.
Sou funcional e estruturado, mas odeio ser racional. Sou discreto e respeitável. Tenho caráter, sou integro e confiável. Odeio receber conselhos e ser ajudado. Odeio funcionar como uma unidade. Um bicho raivoso. Briguento por natureza. Não leva desaforos pra casa. Não mantém nada, nem ninguém que faz mal por perto. Sou um ser que não se completa por si
É isso. Acabou. Aqui está minha essência. Não é poética, não é bonita, mas é real. Tem conteúdo. É passível de analise. E prazer, esse sou eu. Pode não ser do seu agrado, talvez nem do meu, mas não importa... É isso que sou! Ninguém pode tirar essa sensação de mim. Ninguém.