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Perfil

Nasci em Santos na noite de 12 de abril de 1959, num Hospital que já não mais existe - e ficava situado muito perto do mar.
Somente nasci ali. Provavelmente em poucos dias atravessei a bacia de Santos - num barco para 25 passageiros de nome "catráia", e fui direto para minha casa,na cidade que naquele ano mudara o nome de Itapema para Vicente de Carvalho.
Devo ter sido homenageado, pelos deuses das Odes pois Poemas e Canções, uma famosa obra do Poeta do Mar, foi o primeiro livro de poesias que li, nos meus dez anos de idade.
Itapema/Vicente de Carvalho - o povo insistia nos dois nomes - era uma mina de diamantes nordestinos; gente de todos os cantos, fugidos da seca e que traziam nas malas, além da esperança, os seus costumes, suas tradições.
E foi num ambiente assim, carregado de sotaque nordestino que fui crescendo e absorvendo o cancionismo, principalmente os repentes nas feiras e um cego que cantava todas as novidades de Luiz Gonzaga. Eram todos os Domingos. Sem faltar.
O único momento que não me senti inseguro quando escrevi uma quadrinha foi lá mesmo, numa noite estrelada quando eu deitado na grama que minha mãe usava como quarador - quem se lembra o que seja? - soltei umas linhas:
Eu vi um clarão no céu
eram estrelas a brilhar,
meu amor juntinho delas,
vive sempre a chorar.

Eu tinha dez anos... minha primeira quadra.

Mas aos doze mudamos para Santos. Novos horizontes, o gonzaga era repleto de boemia e os hippies traziam suas novidades em forma de artesanato e de um linguajar próprio.

Estudei no Escolástica Rosa e trabalhava como ajudante de garção no Atlântico Hotel, bem pertinho da Livraria Atlântica que, sem pestanejar, deixava lá todas as minhas gorjetas em troca de saborosos livros...

Depois quis ser cientista, passeia ser laboratorista e estudante de enfermagem.

Mas a poesia nunca me deixou... fui ser boêmio, no mesmo Gonzaga que passei parte de minha adolescencia e de minha juventude.

Fazia minhas fugas no Bixiga, lá pras bandas da Serra Paulistana e tornei-me um ébrio por alguns tempos...perdendo a caneta e o papel.
Tive poucos contatos com escritores famosos mas o maioral, o meu mestre foi, sem dúvida, Luiz Carlos Lisboa à quem devo todas as homenagens por ter me mostrado inúmeros caminhos da Literatura, em todas as suas formas.
E foi com Lisboa que Retornei à sobriedade e à Ciência., conheci grandes escritores com a advento da Internet, voltei a Analisar sangue e água, a tratar de pessoas e de cobrinhas e mais ainda ainda gostar de escrever, até que eu possa me contentar e dizer: Agora sou poeta.

Joinville, 29 de junho de 2009