Na terra em que o mar não bate, não bate o meu coração;
O mar onde o seu flutua, onde morre o sol e a lua e acaba o caminho do chão.
Nasci numa onda verde, na espuma me batizei, vim trazido numa rede, na areia me enterrarei, na areia me enterrarei.
Ou em tão nasci na palma palha da palma no chão, tenho a alma de água clara meu braço espalhado em praia, meu braço espalhado em praia e o mar na palma da mão.
No cais, na beira do cais, senti meu primeiro amor. E num cais que era só cais, somente mar ao redor, somente mar ao redor.
Mais o mar não é todo o mar, mar que em todo mundo exista, ou melhor, é o mar do mundo de um certo ponto de vista, de onde só se avista o mar e a Ilha de Itaparica.
A Bahia é que é o cais, a praia, a beira, a espuma e a Bahia só tem uma costa clara, litoral, costa clara, litoral.
E é por isso que é o azul cor de minha devoção, não qualquer azul, azul, de qualquer céu qualquer dia, azul de qualquer poesia, de samba tirado em vão;
É o azul que agente fita do azul do mar da Bahia, é a cor que lá principia e que abita em meu coração e que abita em meu coração e que abita em meu coração.