Quem é essa estranha
que me sorri do espelho?
De onde vem esse brilho
que ilumina meu olhar?
E essa juventude
que insiste em voltar?
Intrigada busco
a tristeza conhecida,
as marcas da solidão,
a amargura,
a aridez do coração.
É inútil.
Dentro do espelho,
essa estranha me sorri,
escancara uma felicidade,
mostra toda sua juventude.
Aos poucos,
uma imagem se delineia
na menina dos meus olhos.
Curiosa me aproximo e vejo
seu rosto amado me sorrindo.
Já não ha mais mistério,
já não é mais segredo.
Você é o dona desse brilho,
é o criadora dessa outra
que me habita
e que me faz estranha
de mim mesma,
que me redime,
rejuvenesce,
me torna real.
Amada, amante, mulher...