Não tenho muito a falar sobre mim. Sou talvez um dos
últimos românticos, escondido por trás de uma armadura de
ferro. Em primeira impressão, talvez eu seja chato, ou
até mesmo frio. Mas são essas características que me
tornam o Paulo Fragoso, do jeito que todos conhecem.
Às vezes, acho que meu jeito é um pouco estranho. Outras
horas, confirmo isso. Mas o que é fato é que meus
escritos revelam meu jeito de ser, e minhas várias fases
da vida: o Paulo criança, o Paulo sonhador, o Paulo frio,
sarcástico e irônico. O Paulo desiludido. Mas todos se
cruzam no mesmo Paulo, que se mostra aos poucos.
Gosto muito de leituras técnicas. Porém, não fico
restrito. Gosto de qualquer ramo do conhecimento. Tenho,
ainda em meu peito, o costume dos vassalos, e a frieza
dos sóbrios. Tenho o ceticismo dos incrédulos, e a
loucura dos românticos. O resultado desta mistura é um
turbilhão de idéias, sem foco, sem rumo, num
caleidoscópio de idéias, qual um coração exasperado, de
tentativas e erros, sem sucesso em suas aventuras.
Acrescente a isto o brilho argante da Lua, talvez a única
fonte de inspiração eterna, e terás um estilo talvez sem
precedentes, um misto de alegria e tristeza, qual forma
que talvez apenas um bipolar entenderia...