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UÉLITON MENDES DA SILVA

Uéliton Mendes da Silva nasceu em Caruaru (Pe) e faleceu em 18 de junho de 2009 em Itabaiana (Se).  Filho de Raimundo Mendes da Silva Filho e de Alcina Pinheiro Mendes )in memoriam). Começou seus estudos no Externato Mixto Santa Therezinha com a professora Adélia Leal Ferreira, onde concluiu o curso primário e preparou-se para o Admissão ao Ginásio, (um verdadeiro vestibular), sendo aprovado.
Concluiu o curso ginasial no ginásio Sete de Setembro, na época de propriedade do Pastor Zacarias Tavares e posteriormente do Prof. Rubens de Lima Barros. No Colégio Diocesano de Caruaru fez o Curso Científico.
Formou-se em Odontologia pela Faculdade de Odontologia de Caruaru em 1969. Transferiu-se para Itabaiana(Se) em 1972 onde residiu até o fim de sua vida. Foi responsável por vários eventos culturais na cidade de Itabaiana, como: 1º Encontro de Poesia, 1ª Feira Aberta de Poesia, Exposições de Artes em Pirogravuras, Concursos de Poesia, além de ter participado de concursos de poesias em outras cidades, sempre conseguindo as primeiras colocações.
Sempre ligado às artes, principalmente à música, fundou em Itabaiana o Grupo Asa Branca com a finalidade de divulgar os clássicos do sertão na música de Luiz Gonzaga.
Esse grupo teve a oportunidade de apresentar-se em Caruaru na Festa do Comércio e no Festival de Artes organizado por Luiza Maciel.
Em 1991 o Grupo Asa Branca substituiu o Quinteto Violado na Missa do Vaqueiro em Serrita.
Era compositor, com várias músicas gravadas por artistas sergipanos, inclusive foi o autor das músicas: O Feirão de Itabaiana, que fez enorme sucesso no Estado; Caieira; Fuga, entre outras.
Sua composição Fuga foi a mais tocada no interior de São Paulo, na voz do cantor Erivaldo de Carira.
Poeta, repentista, cordelista, teve no livro Discografia do Rei do Baião o seu primeiro trabalho publicado, muito embora já tivesse contribuído escrevendo para os jornais Vanguarda, em Caruaru (Pe), e O Serrano em Itabaiana (Se). Encerrou sua vida, não exercendo mais as suas funções de Cirurgião Dentista e Professor Universitário de Anatomia, mas se dedicou totalmente às pesquisas no reino vegetal, onde colheu e catalogou a família dos cactos e das suculentas, além de pesquisas musicais principalmente da obra de Luiz Gonzaga.
Foi casado com a Sra. Dirce Lopes Mendes, professora, poetisa, repentista, cantora, artista plástica na área de montagens e compositora, teve três filhos: Wellington Mendes da Silva Filho, formado em música pela Universidade Federal da Bahia; Saulo Mendes da Silva formado em Odontologia pela Universidade Federal de Sergipe e Oona Karina Mendes da Silva, formada em Educação Física pela Universidade Tiradentes.
Uéliton Mendes fez parte da Orquestra Sinfônica Preparatória de Itabaiana, onde tocou Viola de Arco, junto à sua esposa, Violoncelo e ao neto, Violino.
O casal foi o autor do Hino do Centenário de Itabaiana, em concurso realizado pela Prefeitura local, além de vencedores de hinos dos principais colégios da cidade.
Foi autor de uma Cronologia do Rei do Baião, considerada por pesquisadores como a mais completa e precisa já escrita.
O seu livro Discografia do Rei do Baião serviu de base para vários trabalhos literários, mestrados, sites do Rei do Baião, sendo uma obra inédita porque serviu tão somente à pesquisa, não sendo um livro bibliográfico como todos os demais acerca do Lua. Seu livro é  considerado por muitos artistas e estudiosos nordestinos como o melhor trabalho sobre a obra do Rei do Baião, inclusive pela autoridade de Alceu Valença, subscritor da mensagem de apresentação da obra quando escreveu: - Este livro é fundamental para quem pesquisa a obra do Rei do Baião.
E a avaliação positiva continua com as palavras escritas pelo pesquisador Tarcísio Laureano - Salvador (Ba) - quando ele diz que “É um trabalho que demonstra que o fenômeno Luiz Gonzaga não se esgotou com a sua morte, ao contrário, cresceu com ela. Uéliton Mendes nos revelou que, além de conquistar o grande público, a música de Gonzaga continua disputada por novos intérpretes, constatando dessa maneira o valor permanente de sua obra. Estudos como este que se reveste de caráter pioneiro, deveriam ser realizadas com mais freqüências, dada a importância e riqueza da música e dos autores brasileiros. O autor foi rigoroso na pesquisa e generoso ao entregar ao grande público estes dados reveladores da dimensão do poder criador de Luiz Gonzaga."
Terminou de escrever a biografia de Joza, O Vaqueiro do Sertão, cantor-sanfoneiro do Estado de Sergipe, velho amigo e companheiro de Luiz Gonzaga e estava trabalhando em mais duas obras. Uma ligada diretamente ao estudo da História Antiga e atual; a outra, onde estava reunindo mais de três mil respostas absurdas dadas por seus alunos de Anatomia ao longo dos quinze anos de cátedra dessa matéria.
Ueliton Mendes apesar de ter residido fora do seu berço natal, não esqueceu suas raízes e colocou todo seu acervo sobre o Rei do Baião aos interessados e estudiosos do nosso Lua.