Ser professor é mais que uma vocação, não é um chamado
divino, por isso não é sacerdotal. Ser professor é
carregar um sonho, é acreditar no poder de
transformação, ter um compromisso social e a consciência
de a maior recompensa virá mais à adiante. O caminho é
árduo, mas vale a pena ser professor. Como qualquer
outro ser humano, o professor também tem suas carências,
ele sente, sofre e chora, alegra-se, festeja e dança.
Para ser professor é preciso ser como o bambú ao invés
de um carvalho. Gosto dessa metáfora: o que acontece com
um carvalho quando é acometido por um forte vendaval ou
um raio? Com toda a sua imponência e magestade, o
carvalho parte-se ao meio. Já o bambú, o que acontece
com ele? Enverga, vai para um lado e outro; chega a
encostar-se ao chão, mas não quebra. Então, ser
professor é assim, ele passa por governos, cada um mais
rigido que o outro, enfrenta tropas de choques, faz
vigília frente à Secretaria de Educação, passa por
várias intempéries na sua carreira profissional, mas lá
está ele, incomodando o sistema, dizendo que é possível
mudar, sonhando com um país mais justo e gritando as
vezes em silêncio por justiça. Isso é ser professor!
Ser professor não é se esconder na sombra dos outros,
mas ir à frente e estar a frente do seu tempo, é ser
como um artista, por vezes palhaço e noutra hora sério.
É sonhar que o impossível tornar-se-a possível com a
união e ajuda de todos. Para isso, é preciso despertar a
consciência de classe em cada aluno, e a começar por si
próprio, cobrar o seu direito à cidadania e dignidade
através da luta e da busca consciente, coletiva e
solidária. Isso é ser professor...