“Foi na Beira de um abismo que um anjo me contou
Das mil vidas que hoje sou e de um tempo que passou
Muitas pedras assentadas pelo limo do passado
De onde brotam lírios brancos, que conversam com certeza.
Em pedaços se juntam o meu corpo se transforma
Na montanha dos pecados, que me servem de caminhos
Como um leve pôr-do-sol eu agora estou sozinho
Nada resta mais além…
Nesta mata de estrelas, onde pássaro são anjos
Universo escuridão, só há almas que navegam com farol do coração.
Neste canto de outros mundos todas folhas são eternas
Anjos rolam destemidos na cascata do infinito
Como fadas, seres, almas de Alcatrazes céu e mar.
Cada encontro nesta vida pouco ou nada representa
Uma rosa é uma rosa não há nada a fazer.
Uma lágrima é talvez, como a cauda de uma cometa
E o choro das estrelas é o canto de um poeta.
O vazio deste momento é o instante que me mostra,
Olha a terra, beijo o céu e me atiro aos seus encantos
Já não sou o filho amigo, o pai, o amante, a mãe gestante
Não há mente só vazio o meu ser é como um fio.”