Gosto de escrever versos,
mas sobretudo gosto de ler poemas.
Um poeta me disse que o paraíso é um lugar de muitas bibliotecas.
Achei bonita a nova imagem do paraíso assim, e logo imaginei
um monte de anjinhos leitores voando com asas de livros,
e milhares de leitores dentro e fora das bibliotecas.
Um outro poeta me ensinou que nenhum homem é uma ilha!
Entendi logo que nenhum poema, nenhum livro é corpo isolado na terra.
Foi um passo para eu concluir que os livros dialogam,
como os galos que "tecem a manhã".
Ouvi de alguém um dia que há livros que morrem. Eu disse que não,
que eles apenas esperam os olhos de um leitor. Mais tarde, admiti
a morte dos livros, mas acrescentei que eles, como os vivos, ressuscitariam.