Olga é pseudônimo e eu estou surpresa, pois, por mais de 12 anos, desde que comecei a escrever, sempre contextei essa coisa de uma personalidade outra para expressar o que eu sentia.
Amei Fernando Pessoa, e vi um pouco de sua totatalidade em cada heterônimo que o compreende e assim por diante pra quem sabe desse lé com cré existencial.
Eu vejo um pouco de Caravaggio em cada retrato que ele pintou.
Contudo talvez, Olga e sua criadora seriam facilmente retratadas por Edward Hopper.
Duas Olgas apareceram na minha vida, num setor romântico coincidentemente quando dois homens que amei, em tempos diferentes, findaram sua história comigo. Amei esses dois homens com muita admiração. Ainda amo.
As duas Olgas são mulheres inspiradoras.
Essa Olga aqui é completamente diferente delas, todavia inspira muito também.
Olga para dar o tom ficcional, alegórico e romântico para dar um tom amigável e humanizador com o interlocutor e criar conexão.
Na certeza da escolha do nome encontrei Olga del Volga, personagem do ilustrador argentino Patrício Bizzo que fez sucesso no programa da Hebe nos anos 70/80, uma séxologa russa.
Tenho um pouco de sexóloga e um pouco dessa dureza russa também.
Mas sou brasileira. Com origens mestiças bem longe da Rússia.
Olga ainda não está pronta, Olga quase foi Norma, quase foi Sylvia, quase foi Maria, quase foi uma das Madalenas, contudo Olga fora primeiramente Helena e outra vez, Sheila, também fora Natasha e outros nomes que não se recorda mais.
Olga é um Rock n roll, todavia Olga jamais seria um Beatle, Olga não é essa fantasia doce, ela é um pouco mais agressiva que isso, mas ainda é feliz.
Você leva Olga para passear no parque, no entanto se entristece porque jamais levará ela para o domingo de churrasco em família novamente!
Isso para Olga não é tão importante, Olga sempre tem um projeto, Olga sempre coloca em prática e faz, Olga poderia ser o nome dado a coreografia de Pollock ao pintar e esse chamado de movimentar o corpo e Olga cria o lugar que a família visita aos domingos, porém nos outros dias, só o papai vê Olga e talvez mamãe não saiba da existência dela.
A realidade de se perder no personagem é criar um para se encontrar. Se sua constância transmite boas sinapses, sua máquina pulsa desejo de evolução.
Olga estará viva até que eu me canse dela e consiga somente falar dela no passado em futura mesa de bar, falar dela no passado atesta que sobrevivi e que ela é só uma parte de mim que já superei, esse Dorian Grey conseguirá segurar a onda de olhar no espelho, sempre com amor.
Olga é o nascimento do cavalo alado Pégasu e seu irmão, o Gigante Crisaor.