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Do que adiantaria me definir se sou mutável?
De que valeriam essas palavras se são apenas instantâneas?
Se mudo a cada erro, se mudo sempre que aprendo - e se erro e aprendo a cada dia - por que me definiria hoje enquanto sei que amanhã não serei a mesma pessoa?
Talvez eu o faça por saber que sempre que me defino aos poucos me conheço. Talvez eu o faça por confiar na possibilidade de melhoria. Talvez eu o faça para poder visualizar meus erros e acertos, para consertá-los ou não.
Talvez... Talvez...
São tantas as dúvidas que ousam me cercar. São tantas as questões que brincam com meu pouco saber. São tantas interrogações que me vejo acuada por mim mesma, só tendo eu para me defender.
Ah, que poço de incertezas é a vida!
Ah, mas que contradição é a mente!
Ah, que dúvida é essa a macular a essência da alma...
Pois é isto que não só eu sou como somos: mescla de dúvidas e incertezas, virtudes e defeitos.
Somos apenas névoa que se expande e se espalha; que atrai sorrisos ou lágrimas; que cega ou que lhe traz a visão.
Sou apenas o nada enquanto dizem que posso tudo, pois nada posso quando tudo sou.