João Asimão é um nordestino arretado que nasceu com uma deficiência física e que usa de todo contexto histórico-cultural de sua comunidade e do sertão nordestino como referência de seus escritos.
Cresci em meio a fortes laços culturais
Brincar de tudo um pouco
Sempre foi a minha paz
Hoje revivo e vivo caminhado
Pelas veredas desse chão
Onde milho plantei e muitas covas de feijão
Resistência: salvação desse povão.
Sempre tive minha aparência
Pelos outros questionada,
Mas penso que minha vida
Não é fruto de nenhuma burrada,
Pois diversidade é divino
E se sou diferente dos primos
Vá se danar qualquer besteira falada.
Minha infância, minhas lembranças
Estão aqui na vizinhança
E se busco rememorar
Só me basta da memória uma dança
Para me ver no terreiro correr,
E logo no amanhecer
Renovar as esperanças.