Sempre no limite das emoções. Tentando usar a escrita para organizar as ideias e conter a hemorragia de sentimentos que insiste em jorrar por aqui...
O que eu quero é brincar com as palavras. Escrever sentimentos, traduzir sensações, codificar emoções.
Nunca havia me dado conta de que isso é, de fato, uma arte: embelezar a escrita sem necessariamente tornar a leitura difícil, cansativa e inacessível. Conseguir emocionar o leitor ou comunicar o que alguém sentiu ou viveu e não sabe expressar. Talvez até inventar uma vida não vivida, sonhar acordada, criar outras eus ou outros tus.
Eu consigo fazer isso, eu gosto de fazer isso e fazer isso me faz muito bem.
Não preciso de mais nenhum motivo além do meu querer. E de repente tudo se esclareceu: Agora sei o que eu quero. E todo o resto parece ter menos importância.
Descobri um novo hobby para além da escrita terapêutica, mas não tenho pretensões de ser uma escritora famosa, vender livros e viver de literatura. Só quero saber até onde posso ir com essa vontade de me dedicar a uma atividade onde devo exercitar a concentração, a solitude, a imaginação, a observação, a paciência e a calmaria.
Quem sabe não seja um maravilhoso refúgio para os comigos de mim onde eu possa depositar minha energia e colher os frutos de minhas reflexões. Quem sabe minhas linhas e minhas entranhas venham a ser lidas por alguém e com isso eu me sinta menos só e mais aceita.
Talvez eu esteja apenas em busca de compreensão. Me diga você.
Instagram: @escritoslimitrofes