Eu sou o detestável, o Indesejado.
O primogênito por muito Esperado.
Aquele sobre quem a expectativa Caiu.
Esperança de um destino que por hora não Cumpriu.
Eu sou o silêncio, o Reservado.
O grito abafado, o Desenganado.
Aquele que sorri sem se Alegrar.
E que se perde ao tentar se Encontrar.
Eu sou o melhor, o Superior.
O filho mais forte, o de mais Vigor.
Sou o mais esperto, o Inteligente.
Também o profano, o mais Indecente.
Sou o corajoso, sou o Audaz.
Mas o medo às vezes me toma a Paz.
Sou o que enfrenta sem Hesitar.
Mas por vezes inerte, prefiro Ficar.
Eu sou motivado, o Sonhador.
Mas também o mais vil, o maior Pecador.
Sou o centrado, o Equilibrado.
E ainda assim, por emoções sou Levado.
Eu sou o pacífico, o mais Convicto.
O inseguro e o violento Escondido.
O inspirador, o mais Cativante.
O mau exemplo, o mais Irritante.
Eu sou o destino, o Escolhido.
Mas sigo errante, como um Desprovido.
Sou a promessa que nunca Cumpri.
E o caminho que jamais Segui.
Eu sou o romântico, o Apaixonante.
E o mais cruel, o Repugnante.
Sou o religioso, o Exemplar.
E também sou mundano, quem poderá me Salvar?