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Letra e Vida

Quando criança, o papel e a caneta
eram companheiros inseparáveis,
talvez até amigos inimagináveis.
Mas a criança cresceu e o papel cedeu
para a vida o seu lugar.
E vivendo, amando, sofrendo, crescendo
nesse mundo real, visceral mesmo,
as palavras sucumbiram à experiência carnal.
E como num passe de mágica ou renascimento imortal,
tomei meu lugar a frente, com uma emoção sem igual.
Agora não sei se as letras é que dormiam
ou se era eu que estava morta.

Daniele Rodrigues