Mulher, que às vezes se nega mulher, se afirma menina, se quer criança. Mulher, que não aprende pelo amor ou pelo erro alheio pois acredita que cada um reage e aprende de maneira singular à situações idênticas. Menina, que às vezes insiste em sua certeza sabendo de seu equívoco. Criança que chora. Mulher, que segue em frente, despida, sem bagagem e sem receios. Menina, que esconde uma carta no travesseiro. Criança, que quer levar consigo todos os brinquedos que vê. Mulher, que decidida, fecha a porta, passa a chave, apaga as luzes e não diz adeus. Menina, que não larga o celular e deixa a porta destrancada. Criança, que sai pela casa abrindo todas as portas e acendendo todas as luzes. Mulher, cada vez mais distante de menina, cada vez mais distante de criança.
Alana Queiroz, graduanda em Direito pela UFG e escritora nas horas não vagas.