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Eu queria ser um Escritor. Em princípio algum leigo poderia observar: “- Que vida chata!” Mas não, é exatamente o contrário disso. Tente pegar uma folha em branco e transformá-la em algo espetacular “um origami?”, algum engraçadinho há de comentar. Não! O Escritor vai muito além disso. Qualquer um pode imaginar coisas, mas, a arte de escrever é maravilhosa, poética, inenarrável. Contraditório? Talvez, mas o que um Escritor faz com um pedaço de papel só torna-se narrável a partir do momento que esse ‘mágico’ propõe-se a pegar-lhe à mão e transportá-lo através de mundos inimagináveis. Um guia, um cineasta, um construtor? Todos esses podem ser encontrados nas mãos do Escritor. Mundos maravilhosos, seres fantásticos, heróis imbatíveis, feitos impossíveis, tudo poderá ser-lhe real a partir do momento que o Escritor assim o permitir. Quanto a mim? Ora, não me considero como tal. Não passo, senão de um pretenso imitador. Não ousaria sequer pôr-me ao lado de um Escritor. Mas sou teimoso, ah, isso eu sou. Tão teimoso que meu maior desejo me impele de fazer uso da pena e confessar-me, diante de qualquer um, sem o menor escrúpulo: - Eu queria ser um escritor.