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Perfil

 
 
CURRÍCULO
Sou Adriano Pires RIBAS. Brasileiro por dentro e por fora. Somente o sangue rubro e quente de minhas artérias não é verde-amarelo. Nascido e alfabetizado em Agudos do Sul-PR, então estudava pela manhã, trabalhando a tarde. Adiante sempre o fiz a noite tendo o dia para o trabalho. Em profissões diversas trabalhei sessenta anos. Aos nove, trabalhador braçal, na roça, em terras alheias, plan tando e colhendo o feijão que comia. Agricultura pobre, pouco variada, trabalho sazonal. Nos períodos de ócios, com quatorze anos estava eu lenhador, derrubando mata plantada de eucalipto. Em seguida com o propósito de estudar, vim só para Curitiba e por um tempo estive Auxiliar de escritório, e logo aos quinze, cobrador de ônibus. Aos dezesseis, de volta a Vila, auxiliar de ferreiro o que foi bom, deu-me boa estrutura física e força que ainda hoje conservo. Aos dezessete anos aprendi a dirigir em um caminhão carregando milho, carregando tijolos. Continuei motorista de caminhão até incorporar no Exército Brasileiro e ali permaneci. Frequentei cursos que me foram oferecidos e galguei sucessivas promoções, passando para a Reserva Remunerada, 34 anos depois, no posto de Capitão.  Em plena saúde, hígido aos 80, comemorado em janeiro, com a família em uma churrascaria. Costumo dizer:
                - O  que sei, o que sou, o que tenho, devo a Deus, devo ao continente Brasil que nos agasalha, e também devo ao Exército Brasileiro, onde aprendi o pouco que sei. E assim sendo, antes devo - e agradeço - àqueles primeiros comandantes que, não entendi por que investiram em mim segurando-me no EB. Deram-me assim oportunidade de estu dar, o que de outra forma não teria. Falo aqui do meu xará, hoje Coronel, João de Azevedo Barbosa RIBAS Filho, e de seu amigo e substituto no comando da OM, o Cel José Olavo de CASTRO, ambos já reformados.
                No Exército, tive curiosa vivência. Oriundo da Infantaria, servi oito anos na Engenharia de Combate, três anos na Artilharia de Campanha, e dei um passeio pela nossa Cavalaria onde também deixei excelentes amigos. Não entre os irmãos de quatro patas que só queriam me ver de costas no chão, e sou capaz de jurar que ficavam rindo de mim. Não sou sócio de clubes, pois integro um Clube Maior, esse grande grupo, formado pela Armada, o Exército e a Força Aérea, compondo as Forças Armadas do Brasil, as quais sinto-me honrado em pertencer. No Exército fui Sargento por longo tempo. E digo com desmedido orgulho, valorizando  cada letra da palavra S-A-R-G-E-N-T-O! Às favas a modéstia. Fui o SENHOR SARGENTO! Estão aí meus antigos Comandantes, para contar. Estribado nos regulamentos nunca fui cordeiro de rebanho. Cumpri ordens, e, também, com consciência neguei-me a cumpri-las. Mantive a liberdade de dizer o que pensava e o que sentia. Só que, rústico - nunca perdi a casca - nem sempre dizia com a cortesia devida. Mesmo assim fui poupado, e vejo um amigo em cada Comandante de então! Alegro-me ao encontrá-los, e vejo satisfação também da parte deles.
               O que sei, o que sou, o que tenho, inclusive esta maravilhosa família que hoje me acompanha, e que devo a Deus, de certo modo devo também ao EB. Poderia estar rico, intencionalmente ao longo de trinta anos deixei passar oportunidades, fora as que não percebi. Nunca corri atrás de dinheiro, meus valores são outros. Mas, brigo por aquilo em que acredito. Ainda não me acomodei e nem vou fazê-lo! Anos mais tarde, ainda integrando o nosso Exército, tive oportunidade e cursei: Primeiro grau em curso supletivo, no colégio que foi o embrião da hoje imensa Universidade Tuiutí. Segundo grau no Colégio Estadual Pedro Macedo. Depois, sem frequentar cursinho preparatório, em 1973 fui aprovado em 11º lugar, no Vestibular da UFPR, para o Curso de Matemática. Tudo aqui em Curitiba. Diz um filho que 11º, por que só havia onze candidatos. Não foi bem assim. Para as 70 vagas do curso, havia quase duas centenas de candidatos.         
            Naquele momento, promovido a Primeiro Sargento e classificado em Cascavel-PR, fiquei desapontado por ter de trancar a matrícula na Universidade Federal. Novamente Ele, que tudo vê, tudo acompanha, e não nos deixa ao leu, providenciou a meu favor. Lá na então denominada Faculdade de Ciências de Cascavel, a FECIVEL, hoje integrando a UNIOESTE, havia o mesmo Curso de Matemática (Licenciatura Plena). Curso noturno, o que muito me facilitou. Aplicando dedicação total, dei continuidade concluindo-o com a melhor nota da turma, apesar de não ser uma nota espetacular! Graduei-me em dezembro de 1977. Cerca de dois anos depois recebi meu diploma, já registrado no MEC, e lecionei com alegria durante dezoito anos.
           Curiosidade: Lá mesmo, ainda quando frequentava a faculdade, por determinação do nosso comandante, General Joffre Sampaio, iniciei as atividades nos colégios locais, a fim de divulgar o Exército, recém chegado na região. Seria o garoto propaganda do EB, disseram-me. E continuei aqui em Curitiba, deixando bons amigos nas escolas por onde passei.
           A Deus nada peço. Faço minha parte e sei que no momento oportuno, que às vezes não é aquele que escolhemos, Ele nos levará ao ponto desejado. Por isso, sempre que o pensamento vai na Sua direção, é para a Ele agradecer. Quanto a religião que professo? Sou um ponto de interrogação ambulante, um Católico com graves deficiên cias. Frequento a Igreja acompanhando a família. Porém estou mais para crer que... deixa pra lá. Certamente meu leitor já ouviu falar em seres alienígenas, vindos das galáxias... dia virá que tudo será esclarecido.
          Estou há 60 anos casado com uma mulher que é, de longe, pessoa melhor que eu. Excelente companheira, supermãe e tremenda avó! Temos dois casais de filhos, que respeitamos e muito os admiramos. Estudiosos, batalha dores e sempre próximos de nós. E cinco lindo(a)s e multicolorido(a)s neto(a)s. Qual avô os acha feios? Pieguice ou não, a toda essa bela gente amo adoidado.
          Além de minha atual função de Auxiliar Doméstico, sempre disponível para fazer o que a patroa mandar, e de Motorista, levando e trazendo neto a escola ou onde for necessário, e também ela, onde necessita ir, nas sobras de tempo e nas madrugadas - durmo pouco - digito as bobagens que me vêm a cuca. Em 2009 publiquei “SONETOS DE UM BRASILEIRO”, agora ampliado, está na terceira edição, e “NICO E SUA BICICLETA DE PAU” corrigido para reedição. Em 2013 publiquei “EPISÓDIOS AVULSOS”, um complemento de NICO. Em 2014, saiu “SÍLFIDES e brucutus”. E recém recebi da mesma editora, Editora Íthala aqui de Curitiba, “CRÔNICAS Verde oliva”. Excluindo SONETOS, os demais são relatórios, com algumas repetições, contando episódios dos quais participei ou tomei conhecimento, ou onde digo de meu relacionamento com pessoas de valor que perdem seu tempo dando-me atenção. Para seleto grupo que me aceita, publico na rede mensagens sob o título ‘RECADO verde oliva’. Recém concluí mais um livrinho, “HERÓIS DA FEB”, que embora ‘construído’ na base do que ouço dizer, do que leio por aí, e também com informações obtidas na internet, tem o propósito de homenagear os nossos bravos Soldados da Segunda Grande Guerra. Também estou completando, com o título “ANOTAÇÕES DE UM SARGENTO DO EXÉRCITO”, mais um livrinho, contendo outro punhado de banalidades.
         A pouco tempo fui admitido na Academia de Letras José de Alencar. Um tanto intimidado entre tantas pessoas cultas que lá encontrei, depois de alguma indecisão, deixei de frequentar as reuniões, dali me afastei...
         Hoje como antes, tudo o que faço, faço-o com lealdade, com sinceridade, com seriedade. Tento fazer o melhor, se não sai perfeito é por incapacidade deste matuto abusado.