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“E na rotina do dia a dia, a magia vai se perdendo, retiramos as sandálias aladas de Hermes e colocamos os pés no chão, fazendo de nossos calçados os sapatos de chumbo de um chato realista. Então aprendemos andar pelas pedras, e caminhamos com uma visão limitada, pois já não podemos voar e ver o horizonte ao qual devemos seguir. Eis que um anjo aparece em nossas vidas e nós dá novamente as sandálias, para juntos com ele, ir além das pedras, além de tudo. No entanto, de tanto andarmos com os sapatos de chumbo eles se fazem parte de nós, tão mais que as sandálias aladas, pois estas não foram feitas para serem armadilhas de homens. Então o voo se torna desconfortável, e o anjo também se recusa a voar e descobrimos que ele um dia já usou sapatos de chumbo assim como nós. Os sapatos nos chamam.
Me vejo abrindo mão novamente? Dessa vez me recuso a usar os sapatos, posso caminhar com as sandálias aladas e voar. Serei feliz. Podemos ser felizes.
Hoje coloquei as sandálias e reencontrei com algo que havia perdido.
De volta a poesia a sangria desatina para a salvação de nossas almas. Vejo o horizonte. Que o anjo esteja comigo”