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Gosto de escrever. Contos e crônicas são minha preferência.
Também gosto de música, e componho algumas canções.


PARA COMEÇAR, NERUDA.

Quem morre!
Morre lentamente
quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajetos quem não
muda de marca
Não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa
com quem não conhece.
Morre lentamente
quem faz da televisão seu guru.
Morre lentamente
quem evita uma paixão,
quem prefere o negro sobre o branco
e os pontos sobre os “is” em detrimento de um redemoinho de emoções.
justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
sorrisos dos bocejos,
corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente
quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu
trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um
sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida,
fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente
quem não viaja,
quem não lê,
quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente
quem destrói o seu amor-próprio,
uem não se deixa ajudar.
Morre lentamente
quem passa os dias queixando-se da sua má sorte
ou da chuva incessante.
Morre lentamente
quem abandona um projeto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não
responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves,
Recordando sempre que estar vivo exige um
esforço muito maior
Que o simples fato de respirar. Somente a perseverança
fará com que conquistemos um estágio esplêndido de
felicidade.

Pablo Neruda


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