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Perfil


Nasci em Itabirito/MG, mas minhas aspirações, tanto na fotografia quanto na literatura, vieram da minha infância vivida entre o norte de Minas e a região rosiana.

A pequena cidade de Araçaí no sertão de Guimarães Rosa, serviu de contexto para o meu primeiro livro de ficção 
“…que trem é esse?”, lançado em 2013.

É, exatamente, no  espaço artístico da escrita que contém as condições essenciais para a  existência do meu ser libertário. É nesse universo grandioso que o meu provocar, o meu experimentar, o meu procurar, a minha partida e a minha volta, o meu morrer e o meu viver, o meu fantasiar e a minha realidade, o meu medo e a minha coragem, a minha mentira e a minha verdade, o meu ultrapassar e o meu expressar são exequíveis.

Tenho imensa gratidão pelos livros, sempre foram meus maiores amigos e mestres, sem, contudo, anularem ou contaminarem minha leitura pessoal e direta no “livro do mundo”.

Como fotógrafa, meu "fauno inspirador" foi um rapaz pobre, sem dentes e gago, único profissional da imagem de toda região do norte de Minas. Trabalhava com   filmes diapositivos que, depois de revelados e cortados, eram dispostos no fundo de pequenos cones, os antigos visores de slides. Os milhares de ”tubos imagéticos” eram pendurados em suas roupas que, assim, foram  transformadas em uma fantasiosa e inusitada indumentária visual  e sonora. Fazia do seu corpo seu espaço de venda. Passei incontáveis horas com este espantoso "personagem" vindo das profundezas do surrealismo, "galeria humana" que exibia um acervo ambulante de todos e tudo que acontecia. Transportava-me para dimensões indefinidas, inclassificáveis. Para quase todas as crianças e muitos adultos ele representava o medo, pra mim, o fascínio.