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Deus meu, se o amor que me tendes
É como o amor que Vos tenho,
Dizei: por que me detenho?
Ou Vós, por que Vos detendes?
– Alma, que queres de mim?
Deus meu, não mais do que ver-Vos.
– E tu temes? Como assim?
O que mais temo é perder-Vos.
Uma alma em Deus escondida,
Que mais tem que desejar?
Senão sempre amar e amar,
E, no amor toda incendida,
Tornar-Vos de novo a amar?
Oh! dai-me, Deus meu, carinho!
Oh! dai-me amor abrasado,
E eu farei um doce ninho
Onde for de Vosso agrado.

"Colóquio amoroso" - Santa Teresa de Jesus