Raul Alencar, um rapaz de família de classe alta, sem nenhum histórico de violência e nem de frustração na infância. Sempre foi um garoto exemplar na escola, na faculdade e em casa. Obtinha as melhores notas e era o mais cobiçado pelas garotas do colégio Madagascar, uma instituição particular e muito requisitada na cidade de São Paulo.
Seus pais são a Sra. Maria Isabel Alencar e o Sr. Dorivaldo Dantas Alencar, o sobrenome é oriundo de uma família nobre e de prestígio de uma geração de criadores de gado Nelore, uma raça predominante no Brasil, muito procurada por produtores de carne, que tem como característica marcante a pelagem branca, com tons de cinza claro. O gado dessa espécie tem orelhas pontiagudas e chifres curtos, mas em algumas variações são mochos, ou seja, sem chifres.
Muito rica, essa geração de criadores de gado foi passada de pai para filho e construiu um império no interior de São Paulo. Os pais de Raul se mudaram para a Capital na década de 1980 e constituíram uma empresa no ramo da indústria que, por sinal, deu muito certo, e com isso eles ficaram muito ricos.
Raul trabalha em uma empresa conceituada na maior metrópole do Brasil, com 25 anos formou-se em direito, usa suas habilidades e inteligência para defender seus clientes. Trata-se de um jovem ambicioso que busca, sem limites, objetivos para ascender socialmente. Um dos seus maiores sonhos era ter o próprio escritório de advocacia e se tornar um advogado de sucesso. Até que, na noite do dia doze de outubro de 2001, algo acontece e, a partir daí, seu comportamento muda radicalmente. Raul perde sua identidade verdadeira e passa a viver com dupla personalidade.
Certa noite de sexta-feira, dia em que muitos trabalhadores e também empresas costumam marcar como o dia do happy hour, uma expressão em inglês cuja tradução literal é, “hora feliz” e consiste em uma estratégia de marketing onde, durante um determinado período de tempo, as bebidas são vendidas com um preço mais barato. Estava indo tudo bem, até que acontece um crime brutal. Raul é um rapaz cheio de vida, gosta de estar com os amigos em bares e shoppings conversando assuntos de família, e também falando sobre o seu trabalho, o qual gosta muito de atuar como advogado.
Muito querido pelos colegas de trabalho, alegre e brincalhão, gosta de contar piadas e histórias engraçadas sempre que está em companhia deles. Ninguém suspeita da sua personalidade, por sempre demonstrar ser um rapaz de caráter digno de receber elogios. Até que acontece um marco naquela noite, e o conceito que as pessoas tinham sobre a conduta dele muda completamente sua história.
Nesta noite, doze de outubro, dia registrado também como dia das crianças, Raul marca um encontro com três amigos e colegas de trabalho, que também são advogados, para se encontrar em um barzinho perto do escritório onde trabalham, para tomarem cervejas e se divertirem um pouco depois de um dia estressante. Apesar de ser um feriado nacional, trabalham como se fosse um dia normal.
Eles bebem algumas cervejas e, após conversarem bastante, decidem ir embora.
Um dos amigos de Raul, Paulo, arrecada o dinheiro dos demais ao redor da mesa e vai pagar a conta, enquanto Raul sai para buscar o carro no estacionamento do bar, que fica logo ao lado. Chegando ao local, nota que há um casal namorando encostado em seu carro. Raul, um pouco alterado, mas com educação, pede licença para que o casal se afaste, para que ele possa sair do local. O rapaz que está com a moça não gosta do tom de voz com o qual Raul se dirige a eles, há um desentendimento entre os dois, mas nada de tão anormal no