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É engraçado, mesmo sabendo fazer uso das palavras, quase nunca acerto a meada de dizer como sou. Na verdade, quando começo a escrever sobre mim, alguns se assustam. Eu sei que pode parecer absurdo, mas odeio ser vista como certinha, politicamente correta, odeio ser vista como um exemplo. Porque qualquer passo em falso e pronto, tudo desmorona em cima da minha cabeça. E quando digo “passo em falso” quero dizer qualquer atitude humana. Falar palavrão não me cabe, saber me expressar não posso, bater boca quando não sou a favor de alguma coisa é falta de educação. Se falo não para alguma coisa, estou de TPM, de mau humor. Não sei de onde tiraram que pessoas certinhas não são humanas. Todo mundo tem seu lado sombra, seus secretos maldosos. Eu também sou assim. Me irrito com muita facilidade, não tenho paciência com lenga lenga, sou super a favor de olho no olho e detesto quem vive a fachada do comercial de margarina. Sorrir todos os dias eu até acho possível (eu uso isso como lei natural na minha vida), mas viver sem cometer erros, sem querer mandar alguém para o espaço, sem cometer qualquer pecado que seja, não é normal. Para mim são pessoas anuladas, aquele típico caso de Maria vai com as outras, pessoas sem personalidade que não se decidem nunca. Isso eu não consigo. Não sou puritana, não faço tipo descolada. Eu sou mil e uma personalidades e ainda estou descobrindo um tanto de outras. Sou bem resolvida com o turbilhão de sentimentos que tenho dentro de mim, cansa fingir que não sei o que gosto, o que quero porque a sociedade exige. Odeio submissão, não suporto a ideia de ser controlada e admito que já fui feita de boba algumas vezes, mas a vida está aí para isso, para ensinar. Não sou daquelas que porque alguma coisa deu errado uma vez, se fecha do mundo e não tenta mais. Eu desafio e continuo afirmando: o impossível é só questão de opinião. Sou fácil de ser sentida, lida nem tanto. Sei usar bem as palavras e apresento o que quero apresentar, me conhecer de verdade é para POUCOS. Sou avessa a qualquer manual. Sou espontânea e penso ter uma maneira maluca de viver a minha vida. Eu preciso sentir. Se eu não sentir, nada se completa. Eu sei, maluquice, mas fazer o que! Não sei fingir, na verdade, a gente até tenta, mas chega uma hora que cansa e a gente se dá conta que se anular para agradar um alguém é perda de tempo, de caráter e de bom senso. Sou de longe quase normal, mas no fundo vivo o meu conto de fadas. Sou sincera, extrapolo com facilidade, o simples me conquista e o complicado me fascina. Não tem tempo ruim, existem pessoas inacabadas que atrapalham, isso sim! Exijo muito de mim. E o que os outros não fazem, é culpa minha também. Não sei ser imparcial, quando sinto que vale a pena, fecho os olhos e mergulho. Orgulho eu tenho um só: ser esse turbilhão, sentir o tanto que sinto e sair viva todas os dias dessa vida maluca.

Marcely Pieroni Gastaldi

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