Escondo quem sou porque não quero que alguém me encontre
Nem que pense que pode me ensinar o caminho.
Dissimulo, para ver se continuo,
Insisto, insulto, reluto, para ver se não caio,
De outra forma me perco.
Minto até para mim,
Crio, desmancho, para não morrer,
Pois para onde quer que eu olhe,
Só vejo a ignorância.
Aqui dentro há um pote vazio.
Por isso me divido tanto,
Me desfaço em pequenas ações de bondade
Para os olhos que me miram, para as mãos que me tateiam,
Mas eu sou o filho da ira, e esta ira me deixa terrivelmente humano.
Por isso eu queria ser um bicho,
Talvez um grande urso branco ou um cavalo preto selvagem,
Eu queria ser outra pessoa.