Nunca soube ao certo o que escrever aqui. Escritores e poetas são sempre muito bem vindos. Mas hoje, estranhamente, uma pergunta surgiu-me: que vazio é esse que emerge dentro da gente, que não sabe dizer nem quando nem porque aparece, mas incomoda? Quem sou eu? E você, quem é? Tenho certeza que até mesmo aqueles que dizem se conhecer muito bem perdem as palavras quando lhes perguntam. Acaso sou um acúmulo de situações passadas? Ou o futuro que está por vir? Títulos ganhos ou alguma espécie de essência singular? Matéria ou espírito? Sou a timidez insuportável que me acompanha ou alguém perfeitamente segura de si? Surge um silêncio... Uma reflexão que depois de muitas idas e vindas não encontra solução. Às vezes penso que essa pergunta: ‘quem sou eu?’ é como o tempo, algo que o próprio homem criou sem de fato saber se existe – ora, ora, que ambigüidade pertinente!