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Essa não é qualquer carta, pois essa não se fala de amor e nem do que agrada as pessoas, porque fazer rir sem piada é hipocrisia, o humor negro de praça da falsidade tomo apenas distância sabe eu precisei ir longe e afundo para encontrar o que eu achava que não tinha, vê se pode achar o que não se tem, mas mesmo assim eu fui, pura teimosia, fui numa dessas de felicidade barata de liquidação, me enfartei que a gula que achava pecado não me fazia mal, foi ai que errei, pura teimosia, eu me embreaguei morrendo aos goles de sorrisos estonteantes e olhos tão vazios quanto as garrafas de whiski deixadas na mesa.
Sabe eu precisei ir até lá, ao deserto dos medos e andei no vácuo que me ardia a pele, eu estava dentro de mim no meu inferno queimando, queimando com toda a alma, com toda a carne, com todo coração, com toda desordem de um sonho bom.
Mas a vida como ela é com toda generosidade me faz pensar nas cinzas que sobraram, e eu que não sou boba nem nada aproveitei a oportunidade dada, adubei meu deserto e cultivei por lá rosas vermelhas para darem a mim a força, a sabedoria, e o conforto da paz. A vida não vem com manual de instruções, cheia de leis, e métodos, ela só vem e nos deixa uma dádiva que cabe a nós aproveitar, tão bem a ponto de colocar do avesso, achar que não podemos, e assim superar todos os obstáculos, até os obstáculosdo do orgulho, arrependimento e perdão, viver intensamente porque a morte é certa então deixa ela quietinha lá, enquanto isso eu vou dando risada das besteiras de ontem, porque seja como for o hoje é no instante agora do jeito que deve ser sem mais nem menos, essa é a minha fé.