Às vezes, tento a mente desvendar e peço-lhe respostas: Quem sou eu? Espanto-me com o que vem e tento me desviar. Não sou isso! Sou diferente, eu sei! Mas, nada sei de mim. Na construção das minhas respostas, no escândalo que me causam, reinvento-me. Tento ver se me acostumo, pois, é difícil reconhecer-me. Sonhador inveterado, criador do impossível nos impulsos do coração. Metaforizando a vida, dando-lhe nomes e situações; umas possíveis outras, não. Mas, enfeitando-a e dando-lhe contornos, tornando leve o seu caminhar. E, assim, tecendo letras num sonho, embalo de novo a sonhar, construindo pontes sobre rios, sobre os quais tento passar. E o ar que esbanjo risonho, no meu jeito de estar e ser, é parte disso que sou, é sim, todo o meu sonho.