As vezes eu acho que cultivar a sanidade é certamente uma loucura. Prefiro ouvir a poesia que declama meu coração do que dar ouvidos as palavras vazias e frias das minhas ideias realistas.

Meu coração faz versos com teu nome o tempo todo, cria sonetos, acrósticos e depois derrama versos em mim, como chuva que cai em solo seco.

Meu coração me entorpece com tanto amor. Chego a flutuar nos devaneios dessa paixão louca. Abro mão de ser pragmática e ser aquela que busca uma explicação semântica para tudo para ser boba, diante daqueles que acham que o amor é uma bobagem. Que seja!

Em contrapartida alimento em mim uma chance de ter amar, tão remota, que as vezes ela me comove de tão pequena que é.

Os desejos alimentados por um sonho noturno, completamente cheio de expectativas,quando contrapostos com uma realidade diferente faz nascer uma frustração vestida de melancolia. Quando em meus pensamentos teus olhos deixam de alimentar a vontade quase insana é porque eu já não posso suportar tua ausência.

Mas isso para mim, é muito menos loucura do que acordar todos os dias, com o dever de entregar todas minhas energias para algo que não me trará felicidade.

Ter esta remota chance já é (para mim), a própria felicidade. A chance de amar.

A chance que me faz achar coisas engraçadas que jamais teriam graça no mundo real...jamais teriam graça.

A chance que me faz sair todos os dias de mim mesma e ter uma experiência com o cosmos.

A chance que faz com que crie cenários de campos floridos, lençóis e abraços.

A chance que alimenta o inusitado, o surpreendente e cria ensaios inesquecíveis.

Eu quero ser louca, como alguém que ama loucamente a chance de amar.