Socorra-me, meu Deus, que sofro tanto!
Minh’alma sangra e grita: Liberdade!
Meu corpo fraco espera piedade…
Perdido assim nos mares deste pranto!
Preciso duma dose de verdade:
O medo, aos poucos, rouba o meu encanto…
Queria ouvir o céu, o sol e o canto,
Mas vejo só barulho, insanidade!
Percebo as sombras velhas e funestas,
Vagando sobre a cama e pelas frestas…
– Plateia fúnebre do meu martírio –
Encontro-me sozinho e desolado,
Trancado às margens vis do meu passado!
Restou-me, então, um último delírio!