No ano quarenta e nove
Com vinte anos de idade
Namorei com três irmãs
Todas na mesma cidade
Sendo duas mais idosas
Uma de menor idade
Seus pais eram orgulhosos
E eu pobre como Jó
Comecei com a mais velha
Namoro de um mês só
Namoro da juventude
É como vento em pó
Por mais que passe tempo
A gente nunca esquece
A imagem de cada uma
Em sonhos sempre aparece
São simples como miragem
Ligeiramente fenece
O namoro com a segunda
Bem pouco tempo durou
Foi como fogo na chuva
Ligeiro se apagou
Mas foram lindos momentos
Que o vento veio e levou
Com a terceira, três meses
Somente fiquei com ela
E assim das três irmãs
Ela era a mais bela
Foi pra mim mais amorosa
A mais simples e singela
Nossos encontros eram sempre
Em momentos ocasionais
E sempre aconteciam
Na ausência de seus pais
Na casa de uma vizinha
Ou nos fundos dos quintais
A primeira era a Vanda
Das três a mais feiosa
A segunda era Lúcia
Bonita mas vaidosa
A terceira era Iracema
A mais bela e amorosa
O tempo passou ligeiro
O que era doce acabou
Era uma chuva que vinha
O vento veio e levou
Foram árvores que floresceram
Mas nem um fruto vingou
Hoje eu vejo as três
Murchinhas como uma uva
Como ventania forte
Que passou levou a chuva
Agora de cabelos brancos
As três estão viúva
Agora estamos idosos
Gozamos de boa saúde
Nos encontramos sempre
Mudamos de atitude
Mas nunca esquecemos
O namoro na juventude
Eu namorei as três
Não houve nenhum problema
Era Lúcia, Iracema e Vanda
Lúcia, Vanda e Iracema
Iracema, Lúcia e Vanda
São temas deste poema.