NA SOMBRA DO OITIZEIRO
O oitizeiro, comparo a minha poesia com essa árvore, tem uma sombra esplendorosa. As suas folhas caem verdes e nem se nota a falta das folhas que caíram.
Sob esta sombra nasceram e nascem meus poemas. Você lê um, lê outro e continua lendo. Cada verso lhe aproxima do outro, apontando o infinito. Você ri, chora, fica sério, mas ... sente a vontade de continuar.
É uma fonte inesgotável embora não tenha a filosofia dos grandes poetas e mestres. Pois são palavras simples e populares de quem não estudou mas aprendeu com o tempo e teve como mestre o mundo e o dom gratuito de Deus.
Queridos internautas, eu vos agradeço de todo coração a paciência e o carinho e incentivo que tenho recebido dos que tiveram a oportunidade de no Recanto das Letras conhecer o meu humilde trabalho e o jeito de versar.
Sinto-me FELIZ, obrigado !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Atenciosamente.
José Bezerra de Carvalho
Era sexta-feira santa
Me sentei a meditar
Debaixo do oitizeiro
Vendo as nuvens passar
Ouvindo os passarinhos
Alegres a cantarolar
Como é bela natureza
Eu ali meditando
Um chico-preto cantava
E um canário trinando
Uma linda sabiá
Numa gaiola cantando
Meu pensamento corria
Pelo espaço azulado
Enquanto um bem-te-vi
Num galho seco pousado
Olhava para as gaiolas
Como que admirado
E uma pipira roxa
Não parava de cantar
Um tiê, um azulão
Na gaiola a saltitar
E um bando de pardais
As folhas secas a riscar
E eu pensando em Deus
A minha fé mais crescia
Quem tudo criou e fez
Com tanta graça e caricia
Morreu pregado na cruz
Por crueldade e malicia
Olhando para o infinito
Passava um nevoeiro
A brisa soprava forte
As folhas do oitizeiro
E os pardais ciscavam
A terra de um formigueiro
E no pé de algaroba
Seis gaiolas penduradas
E um papagaio na sala
Soltando as gargalhadas
E dois meninos brincando
Lá em cima das calçadas
A avenida estava calma
Pouca movimentação
Quando ouvi pelo rádio
A mais linda pregação
Era Cristo que pregava
Para grande multidão
Era o sermão da montanha
Que por Deus era pregado
Toda multidão ouvindo
O tempo estava parado
E Jesus Cristo dizia
A minha hora é chegada
Sermão das misericórdias
E para o perdão dos pecados
Vinde a mim todos vós
Que estão angustiados
Eu vos aliviarei
Vos tirarei vossos fardos
A minha mente girava
Em torno do firmamento
Juntei a terra com o céu
Dentro do meu pensamento
E vi na porta no céu
Escritos os dez mandamentos
E vi um coro de anjos
Que do céu vinha descendo
Minha alma se alegrou
Fui a Deus agradecendo
A doce e feliz mensagem
Que meus olhos estavam vendo
E no meio desta mensagem
A doce recordação
Dos santos passos de Cristo
Na sua triste paixão
Morreu pregado na cruz
Para nos dar o perdão
E no meu pensamento
Ouvi uma voz que dizia
Eu sou o Senhor teu Deus
E que minha prece ouvia
E de paz e esperança
Meu coração se enchia
Com estas santas palavras
Minha alma se ressentiu
E de meus olhos cansados
Duas lágrimas caiu
Sobre meus rosto rolavam
Na minha roupa sumiu