NINGUÉM É MAIS QUE NINGUÉM!!!
O que sou?
Apenas um trapo, um farrapo imundo?
Um traste asqueroso que não tem valia?
Horroroso, ignóbil, pobre nauseabundo?
Um sórdido, um torpe, a quem se repudia?
Oh! Sociedade, porque me rejeitas?
Se nada mais és que fétidos dejetos
Pois esse teu membro o qual tu enjeitas
Também tem delírios sonhos e projetos!
Se ora incomodo entre os que transitam
Motivando asco, náusea, repulsão
E os que me desviam, me sustam, me evitam
Só por serem celebres, o que pensam que são?
Não me repudiem por ser miserável
Pobre plebeu ínfimo vindo das ralés
E só porque têm vida farta e estável
Trata-me com desprezo, abaixo dos pés?
Pois não me condenes por ser ordinário
Baixo, corriqueiro, vulgar, trivial
Perante as elites não passo de otário
E o que me destrata a mim é igual
Quando um dia a morte chegar de repente
Leva o abastado e o pobre também
Lá na fria tumba verá certamente
Que ninguém em vida é mais que ninguém!!
Aquele que age com ímpeto, arrogante
É bom que reflita sobre os atos seus
Pois todo que atua de modo pedante
Não tem privilégios diante de Deus!!!
Carlos Aires 01/06/2011