SAUDADE DA MINHA TERRA!!!
Deixei minha terra,
O meu Pé-de-Serra
Lugar que nasci.
Tornei-me migrante
Vivo tão distante
Mas não esqueci.
Da terrinha amada
Onde está fincada
A minha raiz
Vou voltar de novo
Pra junto a meu povo
Viver bem feliz.
Nas bocas de noite
Sentir o açoite
Das brisas suaves.
E nas madrugadas
Ouvir as baladas
Sonoras das aves
Que naqueles meios
Soltam seus gorjeios
Cheios de harmonia
Na sublime hora
Louvando a aurora
Ao nascer do dia.
Voltar a viver
Sentindo o prazer
Dessa vida bela.
Adentrar na mata
Ouvir a cascata
E o som da cancela
Nas manhãs opacas
Ordenhar as vacas
Cuidar do rebanho
Viver com saúde
Pescar no açude
E lá tomar banho.
Subir as colinas
Andar nas campinas
Ter a sensação
De está bem seguro
Respirando ar puro
Sem poluição
Andar pelos campos.
Ver os pirilampos.
No prado fagueiro
Com seu pisca-pisca
Soltando faísca
No mato rasteiro.
Nos vastos campestres
Das flores silvestres
Sentir o odor.
Por entre o matiz
Ver os colibris
Beijar cada flor
Brancas ou vermelhas.
Ver como as abelhas
Cumprem seu papel
Colhem néctar intacto
Dos botões do cacto
Pra fazer seu mel.
A tarde esmorece
E logo escurece
Quando o sol recua
No negro horizonte
Lá por trás do monte
Vem surgindo a lua
Com tanta beleza
Cobrindo a devesa
Com seu branco véu.
Estrelas brilhantes
Belas, cintilantes
Pontilhando o céu.
Quem viveu assim
Tem motivos sim
De querer voltar
Praquele ambiente
Onde antigamente
Vivia a cantar
Tocando a viola
Contente e parola
Feliz de verdade
Sem sofrer agruras
Gozando as venturas
Da felicidade
Nos pedidos meus
Que faço pra Deus
Peço com fervor
Pra que a graça alcance
De dar-me uma chance
Se possível for
Deixe-me ir embora
Lá pra onde outrora
Era a liberdade
Quem me conduzia
E eu nem conhecia
A ingrata saudade.
Carlos Aires 21/02/2013