ENQUANTO HOUVER ESSA “RAÇA”
O BRASIL TÁ SEM FUTURO!!!
Esse solo ressequido
Onde a beleza se encerra
É meu Sertão, minha terra
O lugar que fui nascido
Porém é tão esquecido
Esse pedaço de chão.
Os que mandam na Nação
Chegam com seus falsos planos
Só de quatro em quatro anos
Quando é tempo de eleição
Nessa época o meu sertão
É muito bem visitado
Vem prefeito e deputado
Visitar a região.
Prometendo solução
Pra seca que ameaça
Mas quando a votação passa
Se o infeliz se elegeu
Esquece o que prometeu
E a gente fica de graça.
Esses homens lá da praça
Ninguém sabe nem quem é
Chegam na casa de Zé
Aperta a mão e lhe abraça
Num bom bate-papo laça
O voto do agricultor
Como um bom enganador
Num papel deixa anotado.
“Pra que are o seu roçado
Eu vou mandar um trator”.
E ainda diz: meu senhor
Pra vê-lo bem mais contente
Também vou mandar semente
Enxada e cultivador
De cada trabalhador
Pago o dia trabalhado
E assim fica combinado
Eu garanto e lhe asseguro
Não fique “em cima do muro”
Vote e espere o resultado
O homem despreparado
Que vive em meio a brenha
Escuta aquela resenha
Do cidadão “educado”
Dá crença ao desgraçado
Que lhe armou essa cilada
De maneira descarada
Na maior cara de pau
Deixou seu bote no grau
Lançando a sua cartada
Igual cascavel malvada
Que ataca de surpresa
Quando morde a sua presa
E a deixa imobilizada
Ele atrai a matutada
Que logo nele confia
Dá um vestido a Maria
A João um par de sapatos
Desses feios e baratos
Mas lhe enche de alegria
E também providencia
Feijão café rapadura
Arruma uma dentadura
Pra o marido, de Luzia
Esbanjando simpatia
Na cara um falso sorriso
Do camponês indeciso
Ganha o voto cobiçado
Desembolsa algum trocado
Porém não tem prejuízo.
Num discurso de improviso
Que dura poucos segundos
Promete mundos e fundos
De modo amplo e preciso
Demonstrando muito siso
Na maior seriedade
Se sente muito a vontade
Pra fazer sua barganha.
E as promessas de campanha
Não passam de falsidade
Essa é a realidade
Nesses sertões do Nordeste
Onde o mau político investe
Toda criatividade.
Aproveita a ingenuidade
Do ruralista tão puro
Ludibria, faz seu furo
Com dolo, fraude e trapaça.
Enquanto houver essa “raça”
O Brasil tá sem futuro.
Carlos Aires 24/01/2013