O ELEITOR SERTANEJO E O POLÍTICO SALAFRÁRIO!!!
É a seca assolando meu Nordeste
Sertanejo sofrendo sede e fome
Nosso povo a pensar, cadê os “home!”
Que sequer dão as caras nem investe
E por mais que reclame e que proteste
Ninguém toma nenhuma decisão
Pra que avance a tal transposição
Mas não sai da planilha esse projeto
Já não sei se a falha é do arquiteto
Ou se as verbas toma outra direção
A verdade é que a seca no sertão
Que acaba com bode ovelha e gado
É benévola pra cada deputado
Que decide os destinos da nação
Fala em nome de Zé, Maria, e João
Que são nomes comuns de nordestino
Com a astúcia matreira de um felino
Já descola um pomposo numerário
Deixa a gente com a cara de otário
E o dinheiro não chega ao seu destino.
Desde quando eu ainda era menino
Que escuto essa historia mal contada
A quantia em breve é liberada
Vai passar na “peneira” e “pente-fino”
Se o projeto for límpido e cristalino
Brevemente vai ter tramitação
E por certo terá aprovação
No plenário da câmara, e no senado
Pra que possa enfim ser liberado
Pra o Nordeste sair dessa aflição
Entra ano sai ano e a questão
É um caso esquecido, e ignorado
E o sujeito que estava interassado
Nunca mais visitou a região
E o povo sofrendo humilhação
Sem saúde sem água e alimento
Já cansado de tanto sofrimento
Vão ao auge do triste desengano
Ao notar que são vitimas de um engano
De um político covarde e desatento.
Repudiam de modo violento
O esperto que antes foi maldoso
Que ali chega elegante e tão pomposo
E diz: calma me escute e fique atento
Sem receio pudor nem sentimento.
Pra o matuto que está desconfiado!
Diz assim: já foi tudo aprovado
E já chega ao banco para o mês
O matuto se engana outra vez
E ele ganha o voto do coitado.
No campônio que estava aperreado
Surge um belo sorriso na feição
Pensa logo, aqui no meu rincão
Vai findar o sofrer do flagelado
Tendo água e comida para o gado
Para o povo os auxílios federais
Muito em breve da fome nem sinais
Que o matuto vai ter o seu salário
Sequer nota que aquele salafrário
Só queria seu voto e nada mais.
O roceiro pensando que jamais
Vai sofrer com a seca que castiga
E que a fome se acaba na barriga
Sem ouvir mais lamento e tristes ais.
Nem a morte de tantos animais
Que sucumbem sem água e sem ração
Empolgando, nem ver que é ilusão
De um político que arquitetou seu plano
De enganá-lo de novo nesse ano
Que acontece uma nova eleição.
Carlos Aires 17/06/2012