O INICIO DA NOITE NO SERTÃO!!!
Uma coruja que pia
Nos esquisitos da gruta
Um morcego come a fruta
A caipora assovia
Uma brisa mansa e fria
Desliza na região
Começa a escuridão
Depois que o sol esmorece
Tem inicio e acontece
Uma noite no sertão
Passarinho silencia
Vai à busca de pousada
A mata fica calada
Na silente calmaria
O rasga-mortalha chia
Aparece assombração
Raposa, gambá, furão
Entram no clima propicio
É assim que tem inicio
Uma noite no sertão
O camponês enfadado
Que trabalhou no sol quente
Se senta lá no batente
Olhando o céu estrelado
Mas o brilho prateado
Da lua no chapadão
Lhe atiça a inspiração
Pra que faça poesia
É assim que se inicia
Uma noite no sertão
Quando a cortina do dia
Baixa, trazendo os negrumes
Centenas de vaga-lumes
São vistos na pradaria
Na hora D’Ave Maria
Com fé e com devoção
Em prece e em oração
Com muita calma se expressa
É sempre assim que começa
Uma noite no sertão
Depois de ter demonstrado
Sua crença e sua fé
Vai jantar tomar café
Já estando alimentado
Dá-se logo um proseado
No alpendre do casarão
Naquela reunião
Onde rola muita prosa
Já começa prazerosa
Uma noite no sertão
Carlos Aires 08/12/2010