Chegaste com palavras bonitas,
Com galanteios…
Me convenceste a assistir à tua peça…
Nela, eras o actor principal…
E na plateia, apenas eu…
As cenas eram perfeitas,
O guião era de mestre…
Falavas de sentimentos,
De medos e anseios…
Da plateia eu te aplaudia…
De lá, não consegui vislumbrar teu rosto
E, então, fui me aproximando…
A peça continuava…
Lá de cima, no palco, me observavas…
Tuas palavras eram flechas,
Disparadas directamente ao meu coração…
Eu me aproximava mais e mais…
Teu diálogo, estudado,
Me enchia de esperança,
De sonhos inconscientemente realizados…
Era um texto de mestre…
E a peça continuava…
A cada passo meu em tua direcção,
Tu recuavas, para a escuridão…
Sim. O palco estava escuro,
Envolvido na penumbra…
Espectáculo triste…
Quanto mais me aproximava do palco,
Mais tu recuavas… e recuavas…
Te escondeste!
Mas eu te segui!
Quando cheguei a ti,
No palco, tu fugiste!
Te calaste! Me ignoraste!
Me desprezaste!
Nem me dei conta,
Mas estava assistindo a uma Farsa!...
Podes aparecer!
A peça terminou!
O pano desceu e tua máscara caiu…
Em 05.03.2010