O SERTÃO A SECA E A SOLUÇÃO...

Publicado por: Carlos Aires
Data: 09/11/2008
Classificação de conteúdo: seguro

Créditos

AUTOR: CARLOS AIRES DECLAMADA POR: ROSAURA AIRES
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
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O SERTÃO A SECA E A SOLUÇÃO...

O SERTÃO A SECA E A SOLUÇÃO...

O sertanejo sofrido

É vítima da seca ingrata

A lágrima vira cascata

E o peito está dolorido

Olha o filho desnutrido

Ver a mulher magricela

Resolve abrir a panela

Dentro não encontra nada

Só a fome estampada

A sorrir no fundo dela

O pobre então desanima

Ao ver faminta a criança

A mãe ajeita balança

Porém não muda o clima

E ela ainda se anima

Tentando arranjar um meio

Ao filho oferece o seio

Que sugando inutilmente

Volta a chorar novamente

Porque o leite não veio

A mãe volta a balançar

Fica cantando e chorando

Sente o pranto derramando

Tenta o filho acalentar

E lamentando a ninar

No relento ao abandono

Igualmente um cão sem dono

Beija, abraça, acaricia

Mas com a barriga vazia

Ninguém consegue ter sono

A mãe sem se alimentar

Não pode encontrar um jeito

De juntar leite no peito

Pra criança amamentar

E o pai a se condenar

Se sentindo um triste réu

E vivendo assim ao léu

Diz, sou inútil, impotente

Ver seu filhinho inocente

Virar anjinho, ir pro céu

E assim são aos milhares

Que passam por esse drama

E pra mãe que ao filho ama

Passar por esses pesares

Lançando tristes olhares

Sem nada poder fazer

Vendo o filho esmorecer

Pede a Deus com confiança

Mas perde toda a esperança

Ao ver o filho morrer

São essas realidades

Que existem em nosso Sertão

E os que governam a Nação

As nossas autoridades

Não vêem as necessidades

Pois se fartam em abastanças

Vivem nos dando esperanças

Que não saem do papel

Enquanto a morte cruel

Está matando as crianças

Quem sabe um dia o sertão

Vença o grande desafio

E resolvam no velho rio

Fazer a transposição

Acabar com a sequidão

Seguindo essa diretriz

Corta o mal pela raiz

Matando a triste lembrança

Enfim ver nossa criança

Nascer e criar-se feliz

E assim de esperar

Vive o pobre sertanejo

Com a sensação e o desejo

Que um dia vai melhorar

E vamos acreditar

Que alguém atitude tome

Pra que o matuto sem nome

No futuro possa dizer

Vi o meu filho crescer

Sem o fantasma da fome

Carlos Aires, 06/11/2008

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Carlos Aires
Enviado por Carlos Aires em 06/11/2008
Reeditado em 11/09/2009
Código do texto: T1270015
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