MINHA MÃE, MINHA SAUDADE..
Sim: foi num mês de novembro
Cuja data não me lembro
Marcou-me por ser sofrida
Porque a esperança esvaece
Enquanto a saudade nasce
Da minha mamãe querida.
Despedi-me com um beijo
E ouvi dela o desejo
Que toda felicidade
Fosse pra mim dirigida
Não mais eu a vi com vida
É grande a minha saudade
No terraço da morada
Deu-se a cena ora citada
E pra que se faça jus
Com os seus gestos amenos
Não esquecerei seus acenos
E nem os seus olhos azuis.
O que acho interessante
É que esse gesto marcante
Faz parte da minha historia
E jamais será apagada
Pra sempre estará gravada
Dentro da minha memória.
Seus sorrisos ternos, francos
E os seus cabelos tão brancos
Que até dava a impressão
Que a ação do tempo malvado
Parece os ter transformado
Em neve ou em algodão.
Mas para o meu desespero
Logo no mês de janeiro
Daquele ano seguinte
A morte sem piedade
Levou-a pra eternidade
Só pra me fazer acinte.
E fico emocionado
Quando lembro esse passado
De bela recordação
Jamais será esquecida
Pois mesmo estando sem vida
Habita em meu coração
CARLOS AIRES, 03/10/2008
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