A VIDA EM DUAS ETAPAS...
Eu estava a observar
Uma pequena criança
Os passos sem segurança
Só começando a andar
Estando a titubear
Dando seus primeiros passos
Incertos com embaraço
E um pouco sem direção
Segurava numa mão
Que lhe dava confiança
Era a cara da esperança
No mais belo evoluir
Mas para me confundir
Num cenário majestoso
Nesse recinto um idoso
Estava também a andar
Com alguém a lhe segurar
Dando-lhe apoio na sala
Na outra mão a bengala
Ajudava-lhe a dar firmeza
Como é a santa natureza
Na evolução e no desgaste
Formava aquele contraste
Exatamente o oposto
O sol nascente e o sol posto
Eu fiz essa comparação
Pois me deu a impressão
Naquela cena que eu via
Que um era o raiar do dia
Com seu brilho matutino
E o crepúsculo vespertino
Eu vi na outra paisagem
E comparando a imagem
Achei que a cena era forte
O primeiro estava com sorte
Só no inicio da vida
Com a sua estrada florida
E sua luz radiante
O outro já inconstante
Com passos lentos e mesquinhos
Como se encontrasse espinhos
Ao longo da sua estrada
Eu dei uma comparada
E concluí meu estudo
Vi um indo para o tudo
O outro voltando pra o nada
Carlos Aires, 09/08/2008