Eu em dado momento fiz regresso
Para o tempo feliz da minha infância
Apesar de ser grande a distância
A viagem que fiz foi um sucesso
De criança ao tempo tive acesso
Revivi o momento tão sonhado
O passeio foi tão inesperado
Na memória gravada eu deixei
Quantas coisas bonitas encontrei
Folheando as páginas do passado
Desse tempo bonito eu não fujo
De gravetos fazia meu curral
Meu cavalo baixeiro era de pau
Minhas vacas de pedra ou caramujos
E descalço meus pés ficavam sujos
De correr pelo chão empoeirado
Ao lembrar-me fico emocionado
Desse tempo jamais esquecerei
Quantas coisas bonitas encontrei
Folheando as páginas do passado
Pelos campos corria livremente
Onde as ervas e capins lhe eram vastos
E na frente da casa os mata-pastos
Que nasciam, cresciam rapidamente
Quando o dia chegava, o sol nascente
Reluzindo no pasto orvalhado
Espalhava-se como um lençol dourado
Esses raios que vinham do astro rei
Quantas coisas bonitas encontrei
Folheando as páginas do passado
Outra vez passeei pelas campinas
E cacei com a minha baladeira
Tomei banho naquela cachoeira
Vi a serra coberta de neblinas
E subindo no topo das colinas
Como outrora pra procurar o gado
Lá em cima o vento era soprado
Nessa brisa outra vez me refresquei
Quantas coisas bonitas encontrei
Folheando as páginas do passado
Mas a máquina do tempo me emperra
E obriga-me parar essa viagem
E de volta ao presente na bagagem
Trouxe tudo que vi na minha terra
As belezas daquele pé-de-serra
No disquete da mente está guardado
E jamais deverá ser apagado
Essa história saudosa que gravei
Quantas coisas bonitas encontrei
Folheando as páginas do passado
Autor: Carlos Alberto de Oliveira Aires
Carpina–PE, 13/05-2008
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