O TRSTE CENÁRIO DO ABANDONO...
Lembro-me da casa bonita
Um chalé grande e imponente
"Olhando" para o nascente
E assim pode ser descrita
E na paisagem restrita
Via-se um grande terreiro
À esquerda um juazeiro
Com uma sombra aconchegante
E um pouco mais adiante
O grande e fundo barreiro.
Na frente, palmas plantadas
E um pouco mais pra baixo
Encontrava-se o riacho
Com águas limpas e salgadas
E depois dele a estrada
Que ia pra Cocos e Ameixas
Lembranças porque me deixas
Sem saber por que o destino
Insensato e assassino
Com a cruel ironia
Acabou com a alegria
Que tão presente estava
No trono onde reinavam
José Rufino e Maria.
Morava a felicidade
Nesse lar especial
E esse feliz casal
Cheios de prosperidade
Trabalhavam com vontade
Pra criar sem empecilhos
Os seus dezessete filhos
Naquela casa modesta
Que mais parecia festa
Quando todos se juntavam
Alegres tagarelavam
Fazendo grande algazarra
Promovendo uma farra
De sorrisos e anedotas
Essas saudosas lorotas
Que a memória nos invade
E o tempo sem piedade
Transformou esses momentos
Em retalhos de sofrimentos
E pedaços de saudade.
Essa paisagem descrita
Hoje é saudosa memória
Porém essa bela história
Não pode ser esquecida
Um lugar aonde a vida
Foi vivida em abundância
Hoje se vê a distância
Do passado pra o presente
Que está tão diferente
E não existe mais nada
A casa foi derrubada
Os donos já falecidos
E os tempos áureos vividos
Tanta saudade nos traz
De outrora tão brilhantes
Nada do que tinha antes
Restou desse velho trono
A matriarca e o patrono
Deus deu outro itinerário
Só resta o triste cenário
Do mais completo abandono.
Autor: Carlos Alberto de Oliveira Aires
Carpina–PE, 23/04/2008
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