ESPELHO INGRATO!!!
Espelho ingrato, malvado
O que fez com a minha imagem?
Aliou-se com os anos
Destruindo a paisagem
Transformando a formosura
De uma jovem criatura
Como se fosse um disfarce
Sem me dar chance pra fugas
Colocaram tantas rugas
Na pele da minha face.
E como se achasse pouco
Deixar-me tão diferente
Também me invadiu a boca
Deixando-me quase sem dentes,
A transformação grosseira
Levou minha cabeleira
Esse tempo tão sapeca!
E o espelho pra zombar
Faz questão de me mostrar
Minha cabeça careca.
Eu que era jovem, forte,
Sentia-me envaidecido
Perdi todo aquele porte
Mas, não me dou por vencido!
Afinal a natureza
Que antes me deu a beleza
E o tempo ingrato levou
Só deixou-me a cicatriz
Mesmo assim sou bem feliz
Em ver-me assim como estou.
Autor: Carlos Alberto de Oliveira Aires
Carpina – PE. 24/04/2008