SINA E SOFRIMENTO
A morte talvez seja um prêmio,
Quando a vida é de sofrimento,
E as lâmpadas com seus gênios,
Já se foram sob o sedimento.
As cidades e vilas antigas,
Foram destruídas em guerras,
Ou sete vezes reconstruídas,
Nas encostas e pelas serras.
Mas os povos que lá viveram,
Estão mortos ou estão presos,
Isolados do amor que tiveram,
Como os faróis jamais acesos.
Vejo um oceano sob a tormenta,
E disseram que foi um furacão,
Que roubou o krill que alimenta,
E as baleias imploram o perdão.
Se não estive detido na encosta,
Talvez eu seja o lodo no chão,
Pois a morte foi só a resposta,
Para uma vida sem paz ou razão.
Essa é a sina de mais um fraco,
E dos pobres imundos e sem pão,
Que charfurdam no brejo de fato,
Pois viraram petróleo ou versão.
Todos nós seremos feito adubos,
Se não formos chumaço e cinzas,
E nas vezes que ficamos adultos,
Só mesmo o sofrimento ensina.
Quem não vive como astro longevo,
Se torna um mero ciclo de chuvas,
Dos quais nada mais eu descrevo,
Se a estrada é cheia de curvas.