BATONS E ARQUÉTIPOS
Somos seres tão miméticos,
Que não cansamos de máscaras,
E usamos batons e arquétipos,
Para sermos chefes de castas.
Uns preferem ter rosto marcado,
E rasgam bochechas e línguas,
Como se fossem o peixe fisgado,
Esperando um cutelo à míngua.
Vi de tudo nessa caminhada,
Gente tingida e gente marcada,
Mesmo sem saber o que aguarda,
Da pele que já está dissecada.
Nos tempos de outrora na selva,
Eu vi a força de povos altivos,
Que foram como a onça na espera,
Espreitando os outros nativos.
Os tatuados de tribos e máfias,
Se juntavam com os bucaneiros,
Ou como os tuaregues na cáfila,
Pra roubar um fiel estrangeiro.
Pois quem vive sem cara lavada,
Realmente não quer ser previsto,
Nem aceita ter a vida marcada,
Com o seu pseudônimo no visto.
Eu prefiro dispor minha cara,
E nos textos perco a vergonha,
Se demonstro do fundo da alma,
O que verso na minha insônia.