Deus Requer Santificação aos Cristãos 19

Publicado por: Silvio Dutra Alves
Data: 04/12/2021
Classificação de conteúdo: seguro

Créditos

Texto: Silvio Dutra Voz: Silvio Dutra

 

 

 

 

“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai. João testemunha a respeito dele e exclama: Este é o de quem eu disse: o que vem depois de mim tem, contudo, a primazia, porquanto já existia antes de mim. Porque todos nós temos recebido da sua plenitude e graça sobre graça.” [João 1: 14-16]

 

João Batista teve a plena convicção, por revelação do Espírito Santo, que Jesus era o Verbo eterno, sem começo ou fim de existência, diferentemente dele e todas as demais criaturas, que têm um começo marcado na história conforme determinação divina.

Ora, se não houvesse uma recompensa eterna para aqueles que aqui vivem na prática do bem e amando a Deus, ou um castigo eterno para aqueles que vivem na prática do mal por não amarem a Deus, poder-se-ia dizer que tanto faria para um ou outro, viverem como viveram, porque haveria na morte de ambos um fim de existência, e nenhuma retribuição moral ou espiritual por tudo o que fizeram enquanto no corpo.

A criação de um ser moral e espiritual como é o homem seria para nenhum propósito, e a criação em si mesma seria uma completa inutilidade e aberração.

Então, devemos e podemos crer no testemunho que as Escrituras dão a respeito da vida ou morte futura; e na condição de filhos de Deus devemos nos empenhar com toda a diligência em aumentar em santidade através da santificação do Espírito Santo, sobretudo com vistas ao galardão futuro e à glorificação de Deus através de Jesus Cristo em nós, e isto é feito pelo acréscimo de uma graça a outra.

 

Existem três maneiras pelas quais o Espírito Santo realiza seu trabalho em acrescentar uma graça, a outra, em nós:

1. Ao ordenar as coisas para nós, e nos levar a essas condições em que o exercício dessas graças será exigido e necessário. Todas as aflições e provações às quais Ele traz a igreja, não têm outro fim ou projeto, portanto, o apóstolo Tiago expressa:

"Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, 

sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. 

Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes."  [Tg 1: 2-4]

 

É, sobretudo a fé, que é chamada a entrar em exercício nas tribulações. Essas tentações são provas baseadas em aflições, problemas e perseguições, mas se as tomarmos em qualquer outro sentido, é o mesmo para o nosso propósito.

Todas estas são nos guiadas por Cristo e seu Espírito, pois Ele é aquele que nos repreende e disciplina. [Jo 16: 8; Ap 3:19]

Mas qual é o seu fim nisso?

É que a fé possa ser exercida, a paciência empregada, e uma graça seja adicionada a outra, de modo que elas possam nos levar à perfeição.

Então, Ele nos coloca nessa condição em que, com certeza iremos abortar, se não adicionarmos o exercício de uma graça a outra.

 

2. Neste estado de coisas, o Espírito efetivamente nos lembra de nosso dever, e que as graças devem ser exercidas.

Podemos questionar se é melhor agir com fé, ou desanimar; para adicionar paciência sob a continuação de nossas provações, ou confiar em nós mesmos e irregularmente buscarmos libertação, nos desviando para outras satisfações.

Então, Ele nos faz ouvir uma palavra atrás de nós, dizendo:

“Quando te desviares para a direita e quando te desviares para a esquerda, os teus ouvidos ouvirão atrás de ti uma palavra, dizendo: Este é o caminho, andai por ele”. [Is 30: 21]

Quando estamos perdidos, não sabemos o que fazer, e estamos prontos para consultar com carne e sangue, e desviar para cursos irregulares, mas o Espírito efetivamente fala conosco, dizendo:

"Não; esse não é o seu caminho adequado, mas é este", a saber, agir com fé, paciência e submissão a Deus, acrescentando uma graça a outra, e assim ligando nossos corações ao nosso dever.

 

3. Ele realmente excita e define todas as graças necessárias para trabalhar da maneira dita antes; então deve ser feito, de modo que todo esse aumento de santidade seja imediatamente obra do Espírito Santo; e com isso Ele gradualmente continua Seu projeto de nos santificar completamente, em todo o nosso espírito, alma e corpo. Mas, isto não poderá ser feito caso não nos empenhemos em buscar a Deus, perseguir a paz e a santificação, conforme nos é ordenado na Palavra.

Somos convidados a beber leite e vinho espirituais que nos são oferecidos gratuitamente, mas devemos ir buscá-los .

Ah! Todos vós, os que tendes sede, vinde às águas; e vós, os que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite. [Is 55: 1]

Em nossa regeneração e graça habitual, recebemos uma natureza que é capaz de crescer e aumentar, e isso é tudo; pois se entregue a si mesma, não prosperará, ela vai decair e morrer.

Os suprimentos reais do Espírito são as regas, que são a causa imediata do seu aumento - depende totalmente de influências contínuas de Deus.

O mesmo se aplica ao coração de pedra, que Ele prometeu trocar pelo coração de carne [Ez 36: 24-26].

Não é por uma operação única que este coração é removido totalmente. É um trabalho progressivo do Espírito Santo, removendo as pedras do endurecimento, e substituindo-as pela carne sensível ao seu toque.

Ninguém pode realizar este trabalho senão o próprio Espírito. Ele valoriza e aperfeiçoa o trabalho que começou, com novos suprimentos de graça a cada momento:

"Eu, o Senhor , a vigio e a cada momento a regarei; para que ninguém lhe faça dano, de noite e de dia eu cuidarei dela". [Is 27: 3]

É o Espírito, que é a água viva, como a Escritura declara em toda parte. Deus, o Pai, coloca sobre Ele o cuidado desse assunto; "Ele vigia sobre sua vinha para mantê-la."

O Senhor Jesus Cristo é a cabeça, fonte e tesouro de todos os suprimentos reais; e o Espírito é a causa eficiente deles, comunicando-os a nós, de Cristo.

 

É a partir daí que qualquer graça em nós é mantida viva, por um momento, ou que é sempre movida em um único dever, que sempre recebe a menor medida de aumento, ou fortalecimento do Espírito Santo.

Mas, não se pense que este acréscimo e aumento de graças nos vem sem o acompanhamento de provas, de podas, de limpezas dos ramos da videira, que somos nós, que podem ser até mesmo muito dolorosos, pois tem a ver com a remoção de hábitos ou atitudes pecaminosos, ou com a renovação dos conceitos de nossas mentes que são contrários à vontade revelada de Deus em Sua Palavra, de maneira que a graça da paciência e da paz não podem coexistir com a ira pecaminosa; a da alegria com a autocomiseração, mágoa, etc. E assim, quanto a tudo o mais.

O predomínio de uma graça sempre exigirá a remoção da obra da carne que lhe é oposta - isto, o Espírito Santo fará por nós, em Sua luta contra a carne.

 

As graças recebidas devem ser retidas e guardadas, de maneira que não as percamos em decadências, conforme nos é ordenado na Palavra.

“Por isso, recebendo nós um reino inabalável, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus de modo agradável, com reverência e santo temor.” [Hb 12: 28]

 

Deus nos desposou com Cristo para gerarmos filhos e frutos para Sua glória, e todos os dons e graças que nos tem dado é para este fim, portanto não devem ser desperdiçados por qualquer forma de adultério espiritual de nossa parte com este mundo, e com tudo o que é carnal e profano, assim como Israel havia feito em diversas ocasiões no passado, conforme é retratado pelo próprio Deus no livro do profeta Oseias.

“7 Ela irá em seguimento de seus amantes, porém não os alcançará; buscá-los-á, sem, contudo, os achar; então, dirá: Irei e tornarei para o meu primeiro marido, porque melhor me ia então do que agora.

8 Ela, pois, não soube que eu é que lhe dei o trigo, e o vinho, e o óleo, e lhe multipliquei a prata e o ouro, que eles usaram para Baal.

9 Portanto, tornar-me-ei, e reterei, a seu tempo, o meu trigo e o meu vinho, e arrebatarei a minha lã e o meu linho, que lhe deviam cobrir a nudez.

10 Agora, descobrirei as suas vergonhas aos olhos dos seus amantes, e ninguém a livrará da minha mão.” [Os 2: 7-10]

 

Uma porta de esperança seria aberta para o povo de Deus depois que Ele os conduzisse ao deserto, para que ali lhes falasse ao coração, conforme se afirma na sequência deste texto de Oseias. Mas, eles somente poderiam dar frutos de justiça  no deserto, caso retivessem a graça que estariam recebendo, e isto se aplica de modo admirável na dispensação da graça do evangelho, em que devemos reter cada uma das graças que têm sido acrescentada à nossa vida, e o faremos através da confissão, do arrependimento, da conversão ao Senhor toda vez que falharmos e necessitarmos de perdão e renovo espiritual, para prosseguirmos adiante em real comunhão com Ele.

É necessário reter a graça permanentemente, porque é somente por ela que se pode receber a força e a capacitação que nos permitirão continuar orando e esperando com paciência no Senhor, no enfrentamento de todas as dificuldades e vicissitudes que encontraremos em nossa jornada terrena.

Eis aí descrita a perseverança dos santos, a saber, ser paciente e tudo suportar e sofrer por amor a Jesus, conforme o suprimento de graça que recebemos dEle para seguir adiante, tudo fazendo para a Sua exclusiva glória e vontade.

Sem isto não é possível ter uma boa e tranquila consciência, tanto diante de Deus, de nós mesmos, e dos outros. E como é bom possuir tal consciência!

O processo de santificação para nos purificarmos é bastante trabalhoso, mas quanto vale a pena realizá-lo!

Não desista,  continue se purificando no sangue de Jesus!

 

Deus perdoará e limpará muitos e grandes pecados e pecadores onde houver sincera humildade e arrependimento, mas reterá o menor pecado, ainda que em um crente, onde isso faltar.

Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 29/10/2021
Reeditado em 05/09/2022
Código do texto: T7374333
Classificação de conteúdo: seguro