Sobre o poema "Um homem de amores"

Publicado por: M P Cândido
Data: 07/08/2016
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Créditos

Uma pequena reflexão sobre o poema Um homem de amores. Espero que perdoem a má qualidade do áudio. A intenção é somente de dar uma breve descrição e interpretação sobre o meu poema. Audio, narrador e texto de Marcelo Oliveira (Pio Cândido). Obrigado
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Um homem de amores

Ah, caríssimo, espero que me escuse o abuso

Temo que não encontrarás nenhum tratado

Nem pretendo responder vossos enigmas

Advirto, continuarás vossas questões

Mas apelo a vossa estima

Permita o deleite dessas confissões

Eu sou um homem de amores

Eis o que melhor me aprouve

Ao sentar-me à beira da cama percebi

Olhando o guarda-roupa eu vi

Pendurados no cabide estão

Os amores pomposos ao centro

Um para cada ocasião

Um para cada evento

Tantos amores

Tantos tormentos

Breves amores de verão

Leves como a noites eles são

Rico amor de carnaval

Louco, escrupuloso, magistral

No canto amores inodoros

Opacos, carnosos

Amores de criança

Amores sem esperança

Noutro canto amores transparentes

Dói mais do que se sente

Escondidos nas gavetas

Amores descrentes

Amores de cabeça

Amores vis

Daqueles que ninguem quis

Nem mesmo eu

Mas como negar?

Estão todos lá

E todos meus

Pra que tanto amar?

Pra que tanto chorar?

Decide o coração parar?

Mas que vejo

De repente, num lampejo?

Acima do armário

Sujo, empoeirado

O amor verdadeiro

Aquele amor companheiro

Um amor talentoso

Que lá estava o tempo todo

Paciente, caridoso

O amor de toda vida

Que do medo me livra

E cumpre a velha sina

Um homem de amores

Assim, em um Homem termina.

M P Cândido
Enviado por M P Cândido em 17/06/2016
Reeditado em 12/05/2019
Código do texto: T5669806
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