Empresta-me tuas mãos,
Não as quero para mim
Quero antes dar-me a ti
E por elas te sentir.
Empresta-me seu olhar,
E por eles quero ver,
Janela de sua alma
Doce néctar que acalma
Essência do meu ser.
Empresta-me sua boca,
Tempero do mundo
Mergulho profundo
Realidade louca
Meu seguro refúgio
Dou-lhe minhas mãos
E suplico seu perdão
Espero ansioso
Um toque com ternura
Devolva-me com usura
Este gesto generoso
Dou-lhe meu olhar
Este servo que vigia
Um encontro de alegria
Quando me tocas no ar
Uma lágrima fugidia
Meu mundo faz brilhar
Dou-lhe minha boca
Por onde me alimentas
Saís de mil tormentas
Saborear de forma rouca
Os néctares da vida
Que só em ti temperas