E desce a chuva,
Sobre a rua da amargura,
Sobre as flores do jardim,
Sobre o chão de pedras escuras
Sobre a janela,
Sobre mim.
E sopra o vento,
Levando consigo a folha,
Levando a poeira assim,
Levando o silêncio que destoa,
Levando a dor,
Levando a mim.
Donde vem tanto rancor?
Quando será o seu fim?
Não é a vida prazer e dor?
Não é a Fé de alvura marfim?
E canta o pássaro,
Clama a luz que irradia
Um cântico de alegre festim.
Banha-se na chuva,
Baila ao vento.
Cantando da o exemplo,
Que a luz irradia de mim.
Pio Candido